BLOG DO SÉCULO XXI Bai BLOG DO SÉCULO XXI: 12/18/10

sábado, 18 de dezembro de 2010

Fica só entre nós




Entre o consciente e o inconsciente, aquele sopro elouquente que te faz gente, e só você sente. Sopro tão de repente que cala o consciente, abafa seu conteúdo mudo, miúdo, e agora, você chora.
Derrama no fluxo veloz do mundo em movimento, sem tempo, um outro tempo que vem de dentro, e esse não passa, não há movimento. Você senta e pensa, e entre o consciente e o incosciente se faz gente, e nisso mente. Por dentro é tudo quente, fervente. Por fora, ora, você chora.
Por dentro uma máquina humana. Ainda lá dentro, algo que não é, nem nunca será, uma máquina. Por fora, tudo desumano. Por dentro, tantos ‘eus’ que não podem ser apenas um. Por fora, algo mutante a cada instante.
Entre opostos e semelhantes há apenas a igualdade desigual que faz do norte algo tão desnorteado.
Entre o cérebro e o pensamento tudo aquilo que te lança no mundo de forma ímpar, aquilo que te faz humano, como jamais poderia ser, se não assim sendo.
Entre a dúvida e a certeza, o soluço e o suspiro.
Entre a razão e a emoção, a lógica e o sentimento.
Entre o corpo e a alma, eu e você.
Entre essa loucura sã e essa lucidez insana, o nosso silêncio.

fernandatavares 

Texto de ontem…



Tempo, tempo, tempo…
De lá logo vem ele de cá, e de cá pra lá sem a gente perceber que ele já se foi, já era, é só saudade agora.
Aquilo tudo que foi, vem na lembrança agora tão breve, tão só, tão suave, manso e mudo também. Vem agitando e contagiando. Vem trazendo mais, mais e mais saudade.
Máquina do tempo. Desejo de hoje, ontem e sempre. Bastante ontem. Bastava ele, o ontem aqui hoje. Nostalgia profunda agora. Inútil e tremenda também. Demora nisso, perde tempo na saudade. Enquanto passa o tempo, a saudade não passa. Nem a nostalgia invasiva. Mas o tempo, passa. Passou…
Passou o ontem, o agora e até a saudade. Não. Saudade não passa. Esquece, às vezes. Aquece, outras vezes. Permanece, todas as vezes.
Saudade pra quê? Saudade pra sempre..
.
…para dar a certeza de que o tempo vale à pena. Pena que passa. Passou…

fernandatavares

Ilusão insana



Intocável. Inatingível. Impossível. Inacessível.
Isso sou de mim, e todos somos de nós!

O ‘eu’ que vejo de mim é sempre vago de si, pois ele nunca está completo, sempre há os buracos vazios que carregam o peso de ser o ‘eu’ que nunca sou, mas que tanto acredito ser.
Busco-me, impossivelmente a cada dia. Preencho-me e encho-me de buracos de mim, intocáveis. Cegueira, daquelas que não te deixa nem mesmo enxergar-se. O que vejo de mim é tudo aquilo que não sou, mas que vivo buscando ser. Ilusão dos sãos. Morrem com seus projetos de ser impossíveis de ser em si, morrem sem ser o que sempre pensaram que fossem.

[Como todos nós. Amém.]

fernandatavares

Overdose de Ser



Eu guardo comigo o passado e tudo aquilo que com ele passou. Eu passei.
Olho para traz e paro exatamente aqui, nesse passo, nem meio à frente. Paro aqui, para daqui olhar lá. Assisto todo o devaneio nostálgico e íntimo que por ser assim tanto é esconderijo de mim mesma.
Vejo no sonho interno cada pedaço de mim microscópico que nunca ninguém chegou perto. Sinto-me em mim, lá dentro sufocada de tanto me ser. Paro tudo. Quero morrer nessa overdose de ser que sou agora.
Sou, portanto, só isso. Sou cada pedaço que ficou, cada parte que nem não cabe mais, mas é só lá que sou. Nesse tanto de eu em mim, sou lembrança de ‘eu’, lembrança de mim…

fernandatavares

Praia de Amores



Na Praia dos Amores





Sentado na praia dos amores olhei a lua de prata
O mar, chegou mansinho...veio beijar-me os pés
A noite estava calma igual ao mar da minha alma
A lembrança dos teus beijos,. no sorriso lés-a-lés.
.
Na areia, desenhei no abraço, silhuetas na noite
O espelho nas águas, mostrou reflexos de amor
A musica das ondas, sinfonias sentidas no deleite
Gemidos doces, cantando vitórias de vencedor.



Abraçados na praia dos amores sob a luz de prata
Cantando baixinho, dançando nus - dueto afinado
Sem preconceitos somos um, no corpo com alma
Está escrito nos céus nas letras do sorriso amado



Inspirados, entre juras de amor - festa dos sentidos
O mar cobiçoso,sem pejo assistiu aos nossos beijos
Quando aportámos, lá no cais não havia mais ruido.



Só o nosso sussurro; encontrámos a estrela-d"alva
O mar cobiçoso,sem pejo assistiu aos nossos beijos
Na praia dos amores, fiz - amor sob a luz de prata.







PjCondePaulino
©
Design by Léo Silva